Casas que tinham gente, gente que tem cada vez mais casas


Algo que desde logo nos surpreendeu na Comenda foi a quantidade da oferta imobiliária associada aos preços pedidos. Esta relação parece algo de irreal sobretudo para quem vive, como nós, a 200 metros do mar e perto de Matosinhos e do Porto.
Esta casa onde outrora funcionou uma mercearia, no Largo Doutor Cerejeira, é apenas um desses exemplos.
Por outro lado, é um tanto triste verificar que estas casas estão abandonadas algumas há muitos anos, como resultado do inverno demográfico que tem sido permanente no interior de Portugal e muito no Norte Alentejano.
Quando nas grandes metrópoles se investem milhões a construir habitação e esta nunca chega para as encomendas, este contraste é brutalmente angustiante e diz muito sobre o rumo deste país.

MANUEL PORFÍRIO COMENTOU
"O sr Manuel Carranca, que conheci muito bem, tinha uma enfardadeira acoplada a um trator com uma correia de cabedal que fazia mover o engenho. Nesta casa guardava as suas máquinas, em conjunto com uma enorme camioneta que transportava os materiais, nomeadamente os rolos de arame. enormes e pesados, que o meu pai trazia da Cunheira. Ainda vi a enfardadeira a trabalhar."

LUÍS GUEDELHA COMENTOU

"Foi aqui nesta casa que fui com a minha mãe era eu pequenito buscar a nossa primeira coelha que o meu pai tinha comprado ao ti Manél Carranca.
A coelha já vinha prenha e pouco tempo depois a ti Ana Brites senhora minha mãe levou- me à coelheira  e num canto cheio de pelo tirou um pequenino Coelho ainda com os olhos fechados e diz:
Abre as mãos e segura com cuidado.
Assim fiz ao pegar naquele pequenino ser levei-o com as mãos perto do queixo e faço-lhe um miminho .
A partir daí sempre tivemos coelhos por muitos e bons anos .
Ainda hoje tenho um grande carinho por estes animais.'

SARA LOURENÇO COMENTOU:
"Frequentei bastante esta casa Sr. Manuel Carranca e Srª Maria Antónia muitas vezes comi debaixo da chaminé ao lume e conhecia os cantos à casa toda e também a horta que tinham no caminho da cabine da luz e a bela  4l boas recordações."

LÚCIO RENTE COMENTOU:
"A enfardadeira era guardada, não nesta casa mas no mesmo largo, numa garagem q na altura tinha um portão muito alto, garagem essa que depois foi armazém do Tozé Madeira e depois escritório da filha, Rita Pereira, acho que actualmente já pertence a outro dono."