O Anuário dos Municípios Portugueses é o melhor indicador sobre o estado geral de qualquer município português. Entre os vários números que trata e divulga, a coleta de IMI é sempre um dos mais ilustrativos da realidade.
Quem vive no concelho de Gavião não ficará surpreendido, pois, que os números relativos ao ano de 2020 no que concerne a este assunto coloquem Gavião na 24.ª posição do ranking dos concelhos que menos receita tiveram de IMI, 302 mil euros apenas, ainda assim a segunda melhor receita desde 2010. Mas está visto que o crescimento do imobiliário é praticamente igual a zero neste longo período de tempo que assinalou também mais um golpe demográfico, atirando este concelho para baixo dos 4 mil habitantes.
A disparidade entre o que Gavião consegue para os seus cofres via IMI e o que o concelho líder neste tipo de receita recebe é fenomenal. Lisboa, pois claro, cobrou 124 milhões de IMI em 2020!
Não há aqui qualquer injustiça pois Lisboa tem um parque imobiliário que precisa de ser sustentado em estruturas e trabalhos municipais e está muito longe da realidade deste pequeno concelho do interior. Apenas se regista a disparidade dos números na certeza de que a relevância de qualquer município se faz sobretudo através da qualidade dos seus serviços e das suas gentes.