Filho do alfaiate Delfim e de mãe, Eugénia, de pai não tão incógnito quanto isso, ele com raízes na Galiza, ela em Gouvães do Douro, o meu pai sempre foi um citadino. Os seus 91 anos de vida, que terminaram há poucos dias, foram cumpridos sobretudo no Porto, Matosinhos e Lisboa, nas redações dos jornais sobretudo. Mas houve um período da sua vida em que o Joaquim Queirós conseguiu cumprir o sonho de pôr as mãos da na terra, quando comprou uma pequena quinta perto do Marco de Canaveses, junto à linha do Douro e a um vale largo que corria para este rio. Infelizmente, a necessidade de investir mais uns cobres no jornal regional que fundou, o Matosinhos Hoje, levou-o a abdicar deste sonho.
Devido ao seu estado de saúde, não houve oportunidade para o trazer, ao lado da minha mãe, que partiu em outubro do ano passado, à Comenda. Tenho a certeza que ia gostar bastante. Como nós gostamos, embora eu sem qualquer pretensão a pôr as mãos na terra.
Quem já conhece a Comenda e gosta de estar cá - embora a sua trepidante vida de repórter não lhe dê muitas folgas - é a Francisca, a neta que esta quarta-feira recebeu das mãos do presidente do Clube Nacional de Imprensa Desportiva, Manuel Queirós (atenção, é só um amigo, não é da família!) o Prémio Carreira atribuído ao seu avô. Com muito orgulho de quem personifica a terceira geração de jornalistas da família.
Talvez ela um dia, quando por aqui, recorde especialmente o avô quando, já numa fase da sua vida mais calma, decida ver que frutos a terra nos pode dar.