A nossa memória meteorológica é muito falivel e há que recorrer à ciência e aos seus registos para aferir bem o que se passa.
E o que se passa, tendo em conta estes dados de temperaturas no nosso distrito entre 1981 e 2010, é que estamos a viver um final de inverno com temperaturas abaixo das médias. Ou seja, neste período já tivemos por aqui máximas de quase 28 graus, coisa que ainda não aconteceu no mês em que o inverno se prepara para dar lugar à primavera. Quem tem árvores já deve ter reparado que algumas florações travaram subitamente com estas depressões que estão a correr entre anticlones estacionados no Atlântico.
O clima tem muitas variáveis e é por isso também que quando usamos a bandeira das alterações climáticas temos sempre de ter algum cuidado para não cair em pântanos ideológicos.
O clima da Terra sempre esteve em mudança, bastando recordar as quatro últimas glaciações ou o ótimo climático que ocorreu entre o final do primeiro milénio e o anos de 1300, o que proporcionou, por exemplo, o estabelecimento de povos nórdicos na Gronelândia de que agora tanto se fala.
O século XX foi quase tão quente como este período mas o calor parece estar, segundo alguns astrofisicos que estudam sobretudo a influência da incidência solar neste planeta, a chegar ao fim, com os próximos 30 anos a serem um período semelhante ao chamado Mínimo de Dalton, ocorrido entre 1790 e 1820, quando a Europa tiritou de frio. O que, bem vistas as coisas, pouco serve à narrativa do aquecimento global...