Alamal não pode jogar apenas para não descer de divisão

 


Investimento dos longos mandatos de Jorge Martins, a Praia Fluvial do Alamal praticamente abriu caminho à exploração deste tipo de espaços num país que na altura estava longe de pensar que teria um boom turístico. Uma "explosão" sobretudo de turistas estrangeiros (que pouco se vêem aqui).

Hoje, o mais difícil é escolher entre um mundo de praias fluviais, seja em grandes rios, como o Tejo, seja em cursos fluviais mais pequenos ou até em ribeiros que se transformam em grandes planos de água.

Só falando do Alto Tejo, temos já Ortiga e Constância com praias fluviais de qualidade, sendo que a primeira aproveita também a albufeira de Belver.

Ou seja, quando o Alamal - praia que os gavionenses já utilizavam mas com acesso difícil e noutras condições - conheceu o estatuto de praia fluvial, a concorrência era pequena na Beira Baixa, no Ribatejo e até no Alentejo (o Alqueva ainda não era uma realidade).

Nesse entretanto, muito mudou e o naipe de ofertas de espaços fluviais é grande, o que exige do Alamal alta qualidade e também, digo eu, um investimento persistente na sua promoção, o que está longe de ser uma realidade.

O Parque do Alamal foi inaugurado em 1997 pela ministra Elisa Ferreira e incluiu a Quinta do Alamal e a reconversão da sua casa principal em hotel. Um hotel que durante alguns anos esteve concessionado ao INATEL e que hoje está concessionado a um privado e que continua a ter um número insuficiente de quartos para o potencial do local - mas as normas ambientais têm impedido qualquer projeto de ampliação.

Não vamos esmiuçar a qualidade da oferta de valências neste espaço mas é certo e sabido que nem tudo vai bem. Porque neste campeonato, jogar para não descer nunca pode ser opção. E se é certo que já não há bandeira azul porque a qualidade da água é "boa" mas não "excelente" (e vá-se lá saber como o é em certas praias azuladas!), não restam dúvidas que para fazer crescer a sua atração o Alamal precisa de novas infraestruturas, de ideias, ambição, investimento, mais qualidade e muita promoção. Um desafio para a nova equipa autárquica.

O Alamal sob a ameaça do fogo, em 2017 (foto de Jorge Martins).